sexta-feira, 31 de julho de 2015

Histórias do futebol: “Quero o pato romano”

                          TAÇA DO TEREZA HERRERA DE 57

                     Vasco, o expresso da vitória, campeão do Teresa Herrera, em 1957
Pelo menos durante três décadas, os mais tradicionais clubes do País eram convidados para participação nos cobiçados torneios de verão da Europa (pelas boas cotas e, ainda, a curtição no pleno verão europeu), especialmente os da Espanha, Teresa Herrera, Colombino, Carranza e Juan Gamper, entre outros. Lá estavam anualmente, clubes como Vasco, Flamengo, Botafogo, Fluminense, Santos, Corinthians, São Paulo, Palmeiras, Atlético, Cruzeiro, Internacional, Grêmio e outros. Isso nas décadas de 50, 60, 70, 80 e 90. Os clubes europeus não fugiam de seus países durante as pré-temporadas para buscar o ouro dos árabes e asiáticos, como fazem agora. As viagens eram fascinantes para os brasileiros,  que disputavam outros amistosos, em excursões que rendiam dólares, especialmente para os empresários (o uruguaio Juan Figer era o principal dono deste bolo), experiência para os jogadores e, ainda, abertura para futuras negociações com grandes clubes da Europa. Em uma destas viagens, o hoje deputado estadual João Leite e o vereador em Belo Horizonte Heleno contam que o Atlético jogou em três países e depois ficou em Budapeste, na Hungria, esperando outros convites. Foram mais de dez dias sem saber qual seria o próximo destino da delegação na Europa. Os jogadores estavam ansiosos. Queriam informações e não conseguiam. Como Heleno e João Leite eram mais próximos do empresário, numa tarde, ele os respondeu que ainda era uma incógnita a sequência da viagem. Minutos depois, o então atacante Fernando Roberto encontrou com os dois companheiros e o perguntou: “Finalmente já sabem para onde vamos?” João Leite não perdeu tempo: “Incógnita”. Imediatamente, Fernando Roberto, querendo mostrar para os outros que sabia de tudo, lhes garantia:
 “Vamos para a cidade de incógnita. Podem arrumar as malas”.
                             
Em outra viagem, também pela Europa, o desejo eram os perfumes da França. Os jogadores falavam mais das compras do que dos adversários. Numa tarde, finalmente, em Paris, foram liberados. Fernando Roberto perguntou várias vezes para os companheiros qual o nome do perfume que deveria comprar: “Paco rabanne”. Saiu eufórico do meio da turma e foi buscar o desejado. Mas os companheiros ficaram de olho, porque sabiam que ele teria dificuldades para efetuar a compra. E ouviram Fernando Roberto fazendo o pedido para a vendedora: “Quero o pato romano”. Falou uma, duas, três vezes. Como não foi entendido, voltou furioso para o meio da turma: “Essa f... não entende o que falei. Quem vai me ajudar comprar o pato romano? Não posso voltar para casa sem ele”.

quinta-feira, 30 de julho de 2015

Um futebol eficiente e Pratto arrasador



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            Quem tem Pratto está com tudo: mais três gols. Outro momento mágico do artilheiro
O Atlético fez 3 a 1 no São Paulo de forma categórica ontem (29-07), no Mineirão. O time e a torcida ganharam ainda mais confiança.  Um resultado que obriga o Brasil enxergar com olhos ainda mais fixos para o Galo que segue com uma campanha equilibrada na liderança do Campeonato Brasileiro. Como no futebol não existe unanimidade, minha visão do jogo permite observar que durante os 90 minutos o Atlético não soube marcar em seu campo o São Paulo.  Se o Tricolor fosse eficiente nas conclusões, a história poderia ter sido outra. Jogou com uma bola cruzada nos flancos, pegando sempre alguém não marcado e lhe faltou o toque final. Já o Atlético foi eficiente na frente. Aproveitou as principais chances, em jogadas trabalhadas. Pratto confirma sua qualidade e oportunismo. Time vencedor historicamente tem um jogador como ele na frente para decidir. Hoje um privilégio para poucos no futebol brasileiro. Levir não acertou nas duas mudanças, com Carlos e Danilo Pires. Eles não acrescentaram nada. Já Josué entrou para apenas fechar o meio e não permitir o crescimento do adversário nos cinco minutos finais. Para o torcedor do Galo  está reservado o sorriso. A felicidade. É tão prazeroso que alguns jogos não deveriam terminar, em função de sua boa presença. Já para o São Paulo segue a interrogação. Tem um grupo bom de jogadores e um técnico inteligente. Se vencer o Corinthians na próxima rodada vai ganhar o que mais necessita: a confiança para brigar por uma das vagas da Libertadores.   
          

quarta-feira, 29 de julho de 2015

Galo, cuidado com a língua dos adversários

 No futebol convivemos com duas situações. A primeira, quando uma equipe que não está localizada no eixo Rio-São Paulo e consegue predominar, são, inicialmente ignoradas. Mesmo o Cruzeiro tendo sido bicampão Brasileiro (2013-14), ainda ouvimos que o êxito foi alcançado por acaso. Os mais ousados até dizem: "timinho, ganhou por falta de concorrentes!". Para o Atlético, os recados são ainda piores, especialmente quando os cariocas estão em ação, afirmando que apenas nos Anos 80 o Galo foi grande, graças a Era Reinaldo, Cerezzo, Marcelo Oliveira, Paulo Isidoro, Éder e outros. A segunda situação são dúvidas mesmo diante dos resultados dos últimos anos, como a conquista da Copa Libertadores de 2013. Último brasileiro vencedor na competição continental. Quando o objetivo não é alcançado por eles, uma outra obra da criação humana entra em ação: o discurso auto valorizando nossos times, na expectativa de que eles ficarão no meio do caminho e cairão do Cavalo. O autêntico Cavalo Paraguaio, como neste Campeonato Brasileiro já definimos os times que chegaram a liderança ou se postaram nas primeiras  colocações: Ponte Preta, Atlético-PR e Sport. O alvo no exato momento é o Atlético.
                            
Os técnicos dos adversários fazem questão de exaltar o Galo, dizendo que é o melhor time, que está a frente tecnicamente dos demais etc.  Vanderlei Luxemburgo, Tite, Cristovão, Osório (técnico do São Paulo, que hoje (29-7) enfrenta o Galo no Mineirão) estão a frente destes perigosos “elogios”.  Os torcedores não fazem parte deste esquema, que vou chamar de máquina destrutiva.  Apenas estão atentos quanto a produção do time atleticano, destacando que joga como os outros, sem acrescentar nada de extraordinário para estar na ponta. Se ficarmos atentos às entrevistas ouviremos as farpas jogadas para o Galo escorregar. Recordam de 2012? Lançaram que o time campeão da primeira fase historicamente não leva o título, o que foi desmentido pelo Cruzeiro nos dois últimos anos. Então, mesmo ainda restando quatro rodadas para conclusão da primeira fase, esta história não cola mais. Mas há outra forte, um ditado popular, que ouvimos há décadas: “quem fala muito dá bom dia para cavalo”. Pior é para quem acredita. Leva um tombo e não consegue levantar-se. Cuidado Galo. Hora de continuar jogando e ter humildade.  Momento para sabedoria. Até o apito final do arbitro na última rodada suas respostas terão de ser com a bola.    

terça-feira, 28 de julho de 2015

Galo a caminho do céu e Raposa do purgatório

                         
                                
            Com Jô e Ronaldinho Gaúcho o Galo derrubou o Tricolor em 2013
A realidade do momento nua e crua para os times mineiros na Série A do Campeonato Brasileiro. O Galo abrindo as portas do céu, amanhã (29-07), desafia o São Paulo, no Mineirão. Tem dez vitórias em 15 jogos (quem chega a 21 está na luta pelo título) e o Cruzeiro, com oito derrotadas em uma situação muito delicada. Podemos afirmar que já colocou mais do que um pé no purgatório.  Até afirmamos: cuidado porque o inferno está próximo, caso não vença os dois primeiros jogos, Sport e Palmeiras.  Por que ambos estão em posições tão distintas? Quando começou o ano, questionei um dirigente, com mais de 40 anos no futebol, sobre as perspectivas do futebol mineiro para 2015. Ele foi positivo, pelo título da Copa do Brasil alcançado pelo Atlético; o bicampeonato Brasileiro do Cruzeiro e as boas perspectivas para a Copa Libertadores 2015. Para ele, o trunfo maior foi a manutenção dos treinadores nos três principais clubes: Levir Culpi, no Atlético; Marcelo Oliveira no Cruzeiro e, Givanildo Oliveira, no América. Na prática, suas palavras mudaram de rumo. Apenas o Atlético manteve a base. O América mudou radicalmente. Deu certo, apesar de Givanildo no início ter balançado no comando. Sua presença  é frequente entre os quatro primeiros na Série B. Sinal de que pode obter o acesso, apesar de uma longa caminhada pela frente. Já o Cruzeiro, mudou no comando técnico e muito dentro de campo, com a saída de suas principais peças e a chegada de outros que não deram resultado. A derrota para o São Paulo fez o torcedor Eduardo Henrique De Almeida Almeida expressar aqui no blog, em seu comentário: “Medíocre, Vergonhoso e Covarde”. Retrata bem o sentimento celeste. Sem ser paternalista, mas lembrando bem o que é o futebol, muitas vezes os clubes investem em apostas e elas dão resultados surpreendentes. Foi o que aconteceu com o Cruzeiro em 2013. As estrelas, como Júlio Baptista, não produziram os frutos desejados. Temos de acreditar ainda na obra do destino: quem ganha duas vezes seguidas uma competição tão importante como o Campeonato Brasileiro para repetir a dose, tem de buscar também o impossível  e o Cruzeiro fez o caminho inverso.  Bola é um negócio tão misterioso, que não dá espaços para milagres e não é a garantia de sucesso para as apostas bem sucedidas dos dois últimos anos. Como garantir que o Cruzeiro, com Moreno, Lucas Silva, Nilton, Ricardo Goulart, Borges, Dagoberto, Éverton Ribeiro, Egídio e outros, os resultados seriam os mesmos em 2015. Não esqueçam jamais de um detalhe: o que vou chamar de supertime, em 2014, o Cruzeiro saiu nas quartas da Libertadores e, em 2015, com estas caras novas condenadas por todos, também nas quartas. Então, não podemos execrá-los. Os resultados não estão acontecendo, mas ainda restam 22 jogos no Brasileiro e muita coisa vai acontecer. 

                       

domingo, 26 de julho de 2015

Aviso para Luxemburgo. Cota de sofrimento tem limite



Claro que o torcedor cruzeirense está mais do que incomodado com a situação atual. Quinze jogos no Brasileiro, apenas cinco vitórias, dois empates e oito derrotas. Por incrível que pareça, o que foi sempre o diferencial do time, um ataque arrasador, fez apenas 13 gols. Um clube da grandeza celeste, que é o dono dos dois últimos títulos da competição, não pode aceitar tudo como normal. Ou apenas mais uma turbulência. Em outras circunstâncias, a derrota de hoje (26-07) para o São Paulo por 1 a  0, seria um resultado mais do que normal. Não agora. Complicadíssimo pelo passado recente e ainda porque tem uma sequência temerosa pelas suas limitações (Sport e Palmeiras). Luxemburgo, que já está projetando o Cruzeiro 2016, tem de ficar mais ligado. Se possível, buscar a força do além para sobreviver. Nem mesmo o discurso de que no futebol há as cotas de sofrimento para se atingir o ideal,  vai colar, com mais duas derrotas. O barco pode afundar de vez. Vi o Cruzeiro até um pouco melhor no Morumbi, mas vacilou no lance do gol, por falta de marcação. A defesa ficou assistindo a manobra Tricolor. Custou caro para Ceará que nem voltou para o segundo tempo. Mas é importante que cada um faça sua análise do que foi o jogo. Tenho a minha: o São Paulo foi superior e mereceu a vitória.  Esta é a questão.

O Fluminense perde. O Corinthians empata e o líder agradece. É mais uma rodada do Brasileiro.   

Galo não dá chances para os concorrentes



O Atlético faz o jogo correto na caminhada para se garantir na ponta do Campeonato Brasileiro 2015. Mantém a vantagem sobre os demais concorrentes, com mais uma vitória. De 1 a 0 sobre o Figueirense, ontem (25-07), no Independência. Chega a 10ª vitória e na minha matemática (cada um trabalha com uma base para apontar o time que pode chegar ao título), ainda restando quatro jogos para terminar a primeira fase, praticamente tem concluída a meta da primeira fase. Aproveitamento de 71.1%. Se repetir a dose na segunda fase, consolidara sua proposta. Mas o Galo, jogando desta forma, mesmo sem ser um primor, porque seu futebol fica mais vistoso como visitante, lhe permite ser absoluto. Não está sendo necessário buscar um gol salvador em cima da hora, uma obra do acaso ou ajuda da arbitragem. Simplesmente joga. Na quarta-feira tem o São Paulo para frente. Outro bom momento para tirar provas, agora no Mineirão, já que quando os visitantes se fecham, é nítido que se perde um pouco. Contra o Figueirense, adversário bem na disciplina tática, que chamo de marcação, criou chances. Mas no todo, o futebol não encantou. Já os catarinenses chegaram três vezes com perigo. Para fechar o tema: Levir Cupli continua fazendo tudo ficar difícil. Por que não começou com Guilherme? Ele usa o critério de que o jogador titular, no caso Dátolo, quando se recupera de contusão, volta naturalmente. Mas Guilherme também foi titular com ele, machucou (o que sabemos que é uma constância) e tem de passar cera no banco para ganhar ritmo. No futebol tem há exceções. Não se pode aplicar 100% esta regra.   A torcida não precisava se manifestar como ontem. É muito ruim para quem comanda, principalmente quando se sabe que ele é um bom técnico.

                           

sexta-feira, 24 de julho de 2015

O Cruzeiro paga os R$ 16, 4 milhões por Ganso, mas.......



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                           O Cruzeiro está de olho em Ganso
Apesar do presidente Gilvan de Pinho Tavares dizer que o Cruzeiro não está mais a procura de jogadores diferenciados para esta temporada e o técnico Vanderlei Luxemburgo ter dito que o momento é valorizar o que tem para que o time possa melhorar e subir na classificação do Campeonato Brasileiro, não esquecendo de que teremos ainda a Copa do Brasil pela frente, Ganso jamais deixou de estar nos planos celestes. O Cruzeiro conversou com o jogador, com seu empresário, com o São Paulo e concorda em pagar os R$ 16, 4 milhões fixados pelo Tricolor por 32% dos direitos (já investiu muito mais por outros). Até aí, tudo bem, mas há um porém.  Ganso não abre mão de ganhar os R$ 800 mil mensais e o Cruzeiro não vai fazer esta loucura, porque seria mais caro do que Júlio Baptista e custaria R$17,8 milhões por temporada, para um contrato de dois anos.  Tenta uma redução no salário e o jogador não aceita. No máximo, vejam bem, o clube paga R$400 mil mensais.  E que dinheirão. Mesmo todos que conhecem o futebol assegurando que ele é um craque e vale tanto. Só que há controvérsias. Tostão, que respeito como um dos principais colunistas da imprensa brasileira e um craque que bati muitas palmas, porque jogava muito, um dia escreveu assim:  “Ganso, um craque que jamais foi craque”. Explicou bem: quando o técnico consegue aproveitar bem as características do jogador, ele chega ao máximo na sua produção e fica aflorada a sua condição de diferenciado: um craque na expressão da palavra. E sabemos que apenas no Santos, ao lado de Neymar, quando estava subindo na carreira, Paulo Henrique Ganso foi isso tudo. Magnifico. Era prazeroso vê-lo em ação. Depois, talvez pela lentidão também de seu futebol, sem deixar de ser diferenciado, não foi mais aquele. Mas tem muito talento. Até demais. Incrível porque Dunga e Felipão não lhe deram chance na Seleção Brasileira. E Luxemburgo sabe perfeitamente como aproveita-lo. Não como aquele dez Alex, que encantou em 2003. Mas para ser a cereja do bolo celeste. O Cruzeiro está de olho. Nós com os olhos abertos nas ações celestes. E elas são mais do que necessárias.