domingo, 31 de maio de 2015

Siderúrgica, 85 anos para orgulhar Sabará



Completa hoje (31-05), 85 anos de fundação o Esporte Clube Siderúrgica, de Sabará, que tem a sua história como um dos mais tradicionais clubes de Minas, bicampeão mineiro em 1937 e 1964. Foi dele o último título mineiro antes da inauguração do Mineirão, em 1965. Não disputa as competições da Federação Mineira de Futebol desde 1967, quando perdeu o patrocínio da Belgo Mineira. Agora tenta reerguer-se na Segunda Divisão e voltar aos tempos de glória, quando a cidade parava para aplaudir os seus ídolos.
                    
Legenda da foto: Siderúrgica comemora o bicampeonato em 1964, na Alameda, campo do América
 
Indiscutivelmente a maior façanha foi em 1964, já que Atlético, Cruzeiro, América e Villa Nova, eram os candidatos ao título, correndo por fora o Democrata, de Sete Lagoas, que tinha uma das mais fortes equipes. Graças ao técnico Yustrich e, principalmente, ao dinamismo do presidente Manoel Édson, o Siderúrgica foi brilhante. O time dava gosto de ver em ação, com o talento de Silvestre, Noventa, Tião, Edson; a segurança de Djair; a liderança de Chiquito,  juventude de Dawson e outros. Evidente que o esperto Aldeir era outro diferencial. É dele um dos fatos folclóricos do futebol mineiro, quando o árbitro José Alberto Teixeira ordenou o início da partida e Aldeir escondeu a bola, argumentando: “Impossível senhor árbitro. Não há bola”.


Entrevista ao repórter  José Valdemar  Teixeira de Mello, do jornal Estado de Minas
                 
              
logo-kafua (1).jpgSabará foi o primeiro povoamento de Minas Gerais, nos primórdios da colonização do Brasil. Próximo à barra do Sabará localiza-se a Serra da Piedade, que se estende até o município de Caeté, com o cume a 1.746 metros de altitude, onde encontram-se ricas jazidas de ouro e minério de ferro, exploradas até hoje. No decorrer dos séculos XVIII e XIX, com a mineração do ouro na região do rio das Velhas e seus afluentes surgiram várias povoações e, em 1674, chegou à região a bandeira de Fernão Dias Paes que iniciou o processo de organização dos núcleos mineradores. Plantou-se uma roça grande, pouco abaixo da barra do rio Sabará, dando início ao mais importante arraial fundado pela bandeira paulista. A história encanta os sabarenses. São muitas as festas tradicionais na cidade, mas é o futebol que emociona aqueles que são apaixonados pela bola e que tiveram o privilégio de ver o Siderúrgica ser um gigante.



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Jornalismo de luto
Morreu ontem um dos jornalistas e publicitário mais respeitados de Minas: Édison Zenóbio, de 84 anos. Era um apaixonado pelo esporte. Através dos patrocínios pude durante 10 anos, com seu apoio, acompanhar o automobilismo de F-1 pelo mundo em coberturas para o jornal Estado de Minas. Zenóbio fez a sua história, com uma ligação forte também pelo Cruzeiro. Contava com orgulho que em 1966, quando o time venceu o Santos por 3 a 2, no Pacaembu, em São Paulo, conquistando o primeiro título nacional para o futebol mineiro, ele estava lá, acompanhado de outros três companheiros do Diário da Tarde: Felipe Drumond, Salomão Polakiewicz e Plínio Barreto, que foram de carro ver a decisão. Zenóbio, o que posso dizer é que sua história muito orgulhou aqueles que tiveram o privilégio de estar ao seu lado. Meus sentimentos a toda família, especialmente aos filhos Edinho, Rodrigo e Eduardo.



sábado, 30 de maio de 2015

Ramón Barreto, um nome para jamais ser esquecido




      Ramón Barreto dirigiu duas finais de Mundiais. A primeira 1974, Alemanha x Holanda

O futebol é marcado por falcatruas, jogos com resultados combinados (ilícitos muitas vezes comprovados anos depois), corrupções (...). Mas nessa semana, um fato inédito ocorreu: a prisão de membros da FIFA, inclusive um brasileiro: José Maria Marin. O ex-presidente da CBF, que pode ter recebido R$20 milhões de propina, está em juízo requerendo prisão domiciliar.  A lista de envolvidos em crimes cotidianamente cometidos na área é relevante. Infrações essas que anteriormente não eram averiguadas corretamente, mas agora estão sendo massivamente denunciadas (com grandes riscos punitivos). As grades nos Estados Unidos o aguardam. O melhor seria fazer uma varredura e iniciarmos um novo tempo na história do futebol. Especialmente nas confederações, federações, clubes e no poder máximo, a Fifa. Lá começa a escola de que tudo é possível. Basta que a verba adequada seja designada para esse fim. Também deste quadro, não podemos esquecer das arbitragens arranjadas. Infelizmente muitos árbitros se envolvem em esquemas fraudulentos, para que possam continuar no estrelado e abrir mão contribuição a altura para seus senhores.

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Dito tudo isso, o interessante é que a arte da bola supera tudo. Hoje, fala-se de prisões, mas instantes depois, o apaixonando se lembra de um lance espetacular - do gol, da comemoração por uma conquista inesquecível. O torcedor não abre mão de revelar seus sonhos e das perspectivas, e assim caminha o futebol, perpetuando muitos de seus personagens como mitos. O que está mais ligado a nós brasileiros no momento é a Copa Libertadores, principal vitrine. Nossos clubes, especialmente São Paulo, Corinthians, Atlético e Cruzeiro não se prepararam adequadamente para a edição 2015 e apenas o Internacional segue na luta. O Cruzeiro tinha o sonho do tri; Atlético e Corinthians, do bi e o São Paulo, do tetra: ficaram bem distantes.

Importante destacarmos que, desta vez, não foram tão prejudicados pela arbitragem. O Corinthians nem gosta de lembrar do paraguaio Carlos Amarilla, que apitou sua desclassificação diante do Boca Juniors em 2013, no Pacaembu.  Para o futebol mineiro, porém, o nome que jamais será esquecido é o de Ramón Barreto, um uruguaio, falecido há um mês, em Montevidéu. Perpetuado pelos uruguaios, trabalhou em duas Copas do Mundo (1974 e 78), inclusive em finais. Mas fora do seu País era visto como um conhecido “árbitro de gaveta”, que atendia seus senhores e fazia questão de impor um estilo durão. Aqui no Brasil, falávamos muito antes que eram os “árbitros de embaixada”, porque as delegações normalmente os levavam para os jogos, até no exterior e eles atendiam perfeitamente as ordens, esquecendo-se das regras. Mas é claro que haviam exceções.

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O Cruzeiro, em 1976, na primeira conquista da Libertadores, sofreu com Ramón Barreto. O lateral Nelinho recorda que se não tivesse um timaço, dificilmente eles teriam alcançado aquela conquista. E o árbitro uruguaio tentou ser um dos empecilhos. No jogo, contra o Olímpia, 2 a 2, em Assunção, houve um lance em que a bola saiu para a linha de fundo, tocada por Darci Menezes, zagueiro celeste. Um paraguaio imediatamente caminhou para a cobrança do escanteio. Os demais (também até polícia, dirigentes, reservas etc) foram em cima do árbitro, dizendo que havia sido pênalti, toque de bola na mão, o que não existiu, porque o jogador cruzeirense cortou com o pé direito. Pressionaram alguns instantes e o árbitro, que havia apontado à bola na marca do escanteio, foi lá, a carregou e colocou na marca do pênalti. O Olímpia fez seu segundo gol, ainda no primeiro tempo e perdendo por 2 a 0, o Cruzeiro foi buscar o empate, com gols de Jairzinho e Palhinha.

sexta-feira, 29 de maio de 2015

Libertadores – O Guarani não tem nada de fantasma

O Guarani, do Paraguai, empatou por  0 a 0 com o Racing, em Buenos Aires, e garantiu a presença nas semifinais da Copa Libertadores 2015. No jogo de ida venceu por 1 a 0 e confirma, mais uma vez, o excelente momento dos paraguaios na Libertadores. Em 2013, o Olímpia chegou a final contra o Atlético e no ano passado foi a vez do Nacional, diante do San  Lorenzo, o que só vem confirmar que os representantes paraguaios sabem disputar a competição. Falta apenas voltar às conquistas, como do Olímpia, em 1979, 1990 e 2002. A grande verdade é que o Guarani não é nenhum fantasma.  Apenas contraria aqueles que apostam nos grandes investimentos para que possam armar times vencedores. O orçamento mensal do futebol não ultrapassa os US$200 mil. Já outros clubes, como o Corinthians, investem mais de R$4 milhões e não consegue chegar nem as quartas. Outro que tropeçou e que gastou muito, pelas condições econômicas da Argentina, foi o Boca Juniors.


Na fase de Grupos vi o Guarani fazer 2 a 0, no Racing, em Assunção, resultado que de certa forma surpreendeu, porque estava diante do campeão argentino e que havia começado muito bem a Libertadores com a goleada por 5 a 0 sobre o Deportivo Táchira, na Venezuela. O Guarani mostrou um estilo inalterado durante a competição: futebol simples e objetivo, sem nenhuma estrela.  Todo o time marca e joga pela bola. Quando eliminou o Corinthians ganhou poderes.  E que se prepare o River Plate, principalmente pelo fato do primeiro jogo ser em Buenos Aires e o segundo, em Assunção. Com certeza, a facilidade que os argentinos encontraram no Mineirão nos 3 a 0 sobre o Cruzeiro, não se repetirá em Assunção. Impossível antecipar quem será o finalista. E nem de Tigres x Internac ional. Só o coração está determinando os vencedores. A lógica diz que serão disputas empolgantes, dignas de semifinais de uma das mais importantes competições do mundo.
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Marcelo Oliveira
Não entendi o comportamento da imprensa ao questionar a diretoria celeste sobre a permanência de Marcelo Oliveira no comando técnico, depois da eliminação na Libertadores. Quantos técnicos perderam de uma forma ainda mais catastrófica e nada aconteceu. E ninguém pode esquecer de que Marcelo deu dois títulos seguidos do Brasileiro ao Cruzeiro e ainda revelou jogadores para o clube faturar alto. Seu credito é altíssimo.




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Hora de aproveitar e mudar
Há quase meio século ouvimos que a CBF é onde começa tudo de que há de errado no futebol brasileiro. Antes esquemas encobertados por nossos títulos mundiais e espetáculos. Agora, sem uma coisa e nem outra, a pressão é forte e não se pode perder a oportunidade para uma mudança. Primeiro, com a revelação das verdades. A lista dos que foram beneficiados, os valores e a recuperação do dinheiro para que a entidade possa investir nos falidos clubes. Não que estejamos 100% seguros de que lá, a partir de agora, teremos a melhor referência de gestores e, ainda, honestidade. Mas pelo menos que haja uma limpeza.  O Rio de Janeiro, também, perder a sua menina dos ovos de ouro: a sede, hoje, na Barra da Tijuca.  Há mais de 50 anos, já deveria estar em Bras

quinta-feira, 28 de maio de 2015

Libertadores - Sobrou o Internacional



                        O River Plate fez sua festa no Mineirão e chega às semifinais

O futebol brasileiro começou a Copa Libertadores com cinco representantes.  Corinthians, São Paulo e Atlético saíram nas oitavas de final; o Cruzeiro nas quartas e sobrou apenas o Internacional que vai enfrentar o Tigres, do México, nas semifinais.  Este é um quadro exato da fragilidade de nossas equipes. Chegaram até longe demais. Lembram que na fase de Grupos o Cruzeiro já dava sinais da fragilidade. Teria de ter a segunda ou terceira melhor campanha. O futebol mineiro não acrescentou nada em relação ao ano passado, quando o Atlético também caiu nas oitavas para o Atlético Nacional da Colômbia e o Cruzeiro, nas quartas, para o San Lorenzo, que ficou com o título.

As razões para tanta ineficiência ficaram evidentes, especialmente  ontem, no Mineirão, quando o Cruzeiro perdeu por 3 a 0 para o River Plate,  depois de ter feito 1 a 0 no jogo, de ida no Monumental. Lá os celestes tiveram postura. Não foram excepcionais, mas fizeram o jogo certo, com marcação e acreditando. Aqui ficaram nervosos, totalmente perdidos em campo. O Jornal Metro sentenciou muito bem, ao dizer que foi uma vergonha histórica e, no texto, destacou que a equipe não entrou em campo e foi humilhada, enquanto os argentinos demonstraram muita tranquilidade para fazer o jogo que lhes interessava.  Nem parecia que estavam pressionados pelo resultado negativo de Buenos Aires. Jogaram com determinação e dentro do espírito Libertadores. Se havia o trauma por ter sido o pior da fase de Grupos e ainda os transtornos da eliminação do Riva Boca Juniors, tudo sepultado.  Não vou dizer que deram um show, mas foram competentes na proposta de jogo. Tanto que nenhum cruzeirense pode contestar o placar.

Vejo que o maior problema do Cruzeiro foi a fragilidade da equipe. Acreditava pelo menos em um empate, mas como Nelinho antecipou neste espaço, a classificação estava em aberto, e os cruzeirenses sentiram a responsabilidade. Quando se leva um gol em casa, com o estádio lotado e a partir daquele momento fica na obrigação de correr atrás, não sendo mais o protagonista, complica tudo. O time fica na dependência técnica e justiça seja feita, o Cruzeiro não tem um jogador para determinar: “Agora é comigo”. Se alguém arrisca, fica apenas no gogo.  E gogo não ganha jogo.
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O Inter  passou pelo Emelec, fazendo 2 a 0, na pressão, e  terá os mexicanos pela frente. Indiscutivelmente foi o melhor brasileiro na Libertadores.  Antecipar que vai chegar a finalíssima é arriscado. No momento, sua força está acima de tudo em uma atmosfera positiva e não esqueçam de que a decisão será no México, em função da bela campanha do Tigres na fase de grupos. O segundo melhor.

quarta-feira, 27 de maio de 2015

Libertadores - Cruzeiro torcendo pelo Guarani do Paraguai



 
Se o Cruzeiro eliminar o River hoje e passar para as semifinais da Copa Libertadores 2015, terá de torcer pelo Guarani, diante do Racing, para que tenha chance de disputar a finalíssima  no Mineirão, caso tenha sucesso na nova etapa. Tem chances também se a decisão for contra o Tigres, já classificado para as semifinais, depois de derrotar o Emelec  por 2 a 0, ontem, no México. No jogo de ida, no Equador, havia perdido por 1 a 0. Só que o regulamento determina que caso o time mexicano seja finalista, a última partida será como visitante, porque a vaga deles é da Concacaf. Ainda seu adversário, na final da Libertadores, mesmo terminando como vice, estará no Mundial de Clubes. De certa forma, a classificação do Tigres ajuda os demais concorrentes, caso o objetivo principal seja o Mundial. Apesar de uma conquista da  Libertadores abrir um espaço muito grande na vitrine do futebol com prestígio e ainda financeiramente. Que o diga o Galo depois de 2013.




 A torcida celeste pelo Guarani, do Paraguai, tem muita lógica. Entre os clubes que chegaram as quartas de final, na fase de Grupos, é o único que somou o menor número de pontos, nove, em relação ao Cruzeiro, com 11. Os demais conseguiram mais, o que lhes dão a garantia de uma finalíssima em casa. Para muitos este é um fator decisivo. Mas nem sempre, estar no seu palco, é a garantia de sucesso. Na fase de Grupos, o Corinthians perdeu a classificação no Itaquerão;  outros times em seus domínios e os cruzeirenses jamais esquecerão de 2009. No jogo de ida, empate por 0 a 0, contra o Estudiantes. No Mineirão, o que era impossível se tornou realidade: a perda do título pela derrota por 2 a 1 para os argentinos. Em 2011, já com Cuca, o Cruzeiro estava voando e saiu nas oitavas o para o Once Caldas, sendo eliminado em Sete Lagoas por 2 a 0. Também outro duro golpe. 

Então não fiquem muitos ligados aos retrospectos.  O importante é que os times joguem bola, o que está sendo uma raridade de ver. Aqui ou ali, quem está bem preparado, consegue ir para as alturas. 








E se a moda pega?

A polícia da Suíça prendeu hoje nove dirigentes da Fifa a pedido da justiça dos EUA sob a acusação de corrupção e diversos outros crimes, especialmente  sobre a votação para escolha das sedes das Copas de 2018 e 2022. Os suspeitos estão detidos num hotel em Zurique e podem ser extraditados para os Estados Unidos.  O ex-presidente da CBF, José Maria Marin, é um dos presos.  E o Ricardo Teixeira? Imagine se a Polícia Federal fizer o mesmo entre os dirigentes do futebol brasileiro. Poucos sairão ilesos.  

segunda-feira, 25 de maio de 2015

Lá na frente o preço é alto

     
                               
   O Atlético perdeu para o Atlético-PR por 1 a 0, em Curitiba, jogo em que foi superior e teve a posse de bola, mas não soube fazer o gol e, no Mineirão, o Cruzeiro (foto) empatou por 1 a 1 com a Ponte Preta. Deixou escapar dois pontos. Tentou nos 15 minutos finais fazer o resultado favorável, mas não foi feliz, graças também as boas defesas do goleiro Marcelo Lomba. A questão é que tanto Atlético como Cruzeiro poderiam ter obtido vitórias importantes. O preço poderá vir muito alto na reta final da competição. Os clubes tradicionais e orçamentos para investimentos precisam entender que desde a primeira rodada estão disputando o título; outros as posições intermediárias (vagas para a Sul-Americana) e aqueles que eternamente, com orçamentos limitados, lutam contra o rebaixamento. Sobe hoje cai amanhã. Triste sina para quem não cria um projeto para se posicionar com segurança entre os grandes times do futebol brasileiro.

                  

Depois de ter empatado por 2 a 2, com reservas, com o Palmeiras, em São Paulo, mais a goleada por 4 a 1 sobre o Fluminense, ficou a sensação entre os atleticanos que a terceira rodada seria favorável, com mais um resultado positivo. Deu tudo errado. Já o Cruzeiro, com os olhos na Libertadores, pagou o preço por estar visivelmente concentrado para quarta-feira, contra o River Plate, pelas quartas de final. Postura correta, mas não se pode jogar fora a chance de fazer o dever de casa.

 Vejam o que cada jornal usou para mostrar o desempenho de nossas equipes: O Tempo, “Galo perde o jogo e a chance de ir ao G4”. Caiu para o oitavo lugar. Já referente ao time celeste, o jornal aborda da seguinte forma: “Cruzeiro faz golaço de falta, mas só empata. Hoje em Dia: “Atlético e Cruzeiro tropeçam no Brasileirão”.  Estado de Minas:  “Cruzeiro continua sem vencer”.  Sobre o Galo: “Xará impôs 1ª derrota ao Atlético. Metro: “Cruzeiro vacilou”.  Já para o rival celeste: “Castigado”. Em resumo, a mídia mineira seguiu para o lado negativo. O que é muito ruim no começo de uma competição, mesmo todos conscientes de que há muito ainda por jogar. E como. São ainda 105 pontos em disputa e os matemáticos estão apontando de 70 a 75 pontos como a variável pelas as conquistas.

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Futebol Carioca

Continua um desastre o futebol carioca, com suas três equipes (Vasco, Flamengo e Fluminense) totalmente perdidas e sem sequer um resultado positivo. As perspectivas são as piores possíveis. Já passou da hora de reagir. Só que não tem futebol para tal, nem mesmo o Flamengo, que Luxemburgo dizia com chances de brigar por uma das vagas da Copa Libertadores.



Santa Catarina

Os times de Santa Catarina (quatro representantes), seguem mostrando que não são nuvem passageira. Pelo menos correspondem com vitórias, através do Avaí e a Chapecoense. Já  Joinville e Figueirense ainda não carimbaram os três pontos, mas demonstram  condições de crescimento.  



América assina presença

Finalmente o Coelho mostrou  futebol e com 45 minutos liquidou o Santa Cruz fazendo 4 a 1.  Que siga esta cartilha nos jogos em casa, o que será fundamental para uma boa campanha. Quem sabe até o acesso, agora assunto proibido, depois de duas rodadas tropeçando.


sábado, 23 de maio de 2015

Libertadores 1976 - O Cruzeiro vencia por 4 a 1 e Más pediu: “Não façam mais gols”.

No dia 21 de julho de 1976, no Mineirão, Cruzeiro e River Plate disputaram a primeira partida da finalíssima da Copa Libertadores. Outro momento histórico celeste contra os argentinos, com a goleada por 4 a 1. Naquele tempo, saldo de gols não era usado para o critério de desempate. Uma equipe poderia ganhar por 10 a 0, perder o outro jogo por 1 a 0 e haveria a “negra”, terceira partida. Foi exatamente o que aconteceu. Em Buenos Aires, o River venceu por 2 a 1 e os times foram para a decisão no estádio Nacional de Santiago do Chile, com vitória cruzeirense por 3 a 2, com aquele gol magistral de Joãozinho. O técnico Zezé Moreira, quem está no futebol sabe desta história, não gostou da atitude do ponta e no vestiário o repreendeu: “O Nelinho é quem deveria cobrar a falta. Não faça isso mais seu moleque”. Como era um disciplinador e se fez no futebol por suas atitudes firmes, do túmulo seu espírito deve estar ainda se remoendo, porque foi contrariado em suas ordens.

 
 Na goleada por 4 a 1, no Mineirão, relembra Nelinho (ele fez o primeiro gol), o dialogo que teve com Más, um respeitado ponta argentino que fez história pela habilidade. “Quando fizemos o quarto gol, o Más, que eu já conhecia de outros jogos, pediu para que eu falasse com meu time para não fazer mais gols. O questionei, dizendo que não estava entendendo nada. Aí ele justificou que se o Cruzeiro fizesse mais um gol, o River nem poderia descer em Buenos Aires, devido à revolta dos torcedores. Não tive como dizer a ele que o problema era deles e não nosso”. Por ironia do destino, Más acabou sendo atendido, já que o Cruzeiro não fez mais gols naquela partida, mas manteve o rítmo para chegar ao quinto e se possível ao sexto.  Tinha uma máquina.

A experiência de mais de 600 jogos, grandes decisões, um título da Libertadores de 1976, duas Copas do Mundo, 1974 e 78, colocam Manoel Rezende de Mattos Cabral (foi também técnico do Atlétco em 1993), de 64 anos, no pedestal para falar do futebol, especialmente decisões. E tem um recado para os cruzeirenses: “A classificação para as semifinais da Libertadores está em aberto. Pode dar Cruzeiro ou River, pelo que jogaram na primeira partida. O Cruzeiro tem de esquecer o placar de 1 a 0 e jogar com a mesma determinação”.
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Nelinho destaca que os times se nivelam tecnicamente: “O futebol hoje é feito de determinação, correria e briga pela bola. É o básico. Quando você tem a técnica, melhor ainda para um drible, uma jogada diferenciada. No mais é jogar 90 minutos pela bola. Este não deve ser o comportamento do Cruzeiro apenas na quarta-feira. Tem de ser sempre. Também no Campeonato Brasileiro. Usar a força, ir com tudo. Infelizmente o futebol mudou para nós que gostamos do espetáculo. Somos obrigados a ver Barcelona e Bayern. Por aqui, refiro-me a todo o País, está muito fraco. O jogo é outro. O que era o diferencial em minha época, a arte, ficou em segundo plano”.

No mais, ele dá o seu último recado: “Sorte Marcelo, você merece”.